Idade Pressentida.

Abranges teu lume minha aurora;

Jorrais sangues ao vento árduo pasmo,

A dor que cria nesta luz parda!

Tardas no vinho esta rocha perdida.

Pois terás eu, em cume avarento,

Sê meus olhos, vedam esta cunha!

Cá, sereis vós...!O desatento luar.

À minha alma celestial trovares.

O rio que me deita, nu, desfloras!

Vergas em ti, este clarões atrevidos;

Pois não terei, dos arcos-íris coscos.

Dentre a lua crua vês, meu ego?

Brado na cruz sob as ventas nuas!

Aforas eu, nesta idade pressentida.

Ednaldo Santos
Enviado por Ednaldo Santos em 29/04/2015
Código do texto: T5224396
Classificação de conteúdo: seguro