NAU À DERIVA
Nau à deriva
Rota sem rumo
Prumo sem esquiva
Barcaça sem a frota
Águas cálidas e paradas
Cheiro de nafta e a crude
Palidez sem sol e atitude
Ranger de madeiras grogues
Que se espreguiçam e riem
Por piedade não me afogues
Peregrina sem eira nem beira
Levada no tropeço da corrente
Flutuo dormente e consternada
Sou sentinela do meu presente
Durmo na bruma do meu nada