contactos e confissões
cabem na palma da minha mão
o riso amarelo do mundo
e o fervilhar daquele segundo
que duvidou da própria extensão
cabem na palma da minha mão
a impertinência da ventania
e do rochedo a teimosia
em ser do tempo a sua expressão
cabem na palma da minha mão
a juventude de uma saudade
e de uma gota a expressividade
que tem do choro a sua razão
cabem na palma da minha mão
a irrelevância do meu sorriso
e o tempo que eu sempre preciso
pra me esconder de mais solidão
cabem na palma da minha mão
as marcas do meu torpe disfarce
que não é mais do que o desenlace
que tem a gota que cai no chão
cabem na palma da minha mão
a fera solta que eu não fui
e o devaneio que se imiscui
no anjo que ficou na ilusão
cabem na palma da minha mão
o julgamento que de mim faço
e o tormento com o meu pedaço
que não tolera o próprio perdão
cabem na palma da minha mão
o sonho de uma vida feliz
e tudo o que paguei porque quis
compreender o meu coração
Águas de São Pedro, 08/06/2007