Rumo àquela Glória
Essa Alma derramada...
Esparramada pelo mundo,
Na senda, até que aprenda,
Até que um dia ascenda,
À Glória celestial...
E, que não seja um Continuum,
Como prega a lenda,
Indo e vindo, sem sentido,
Mas pare; pairando em algum lugar...
Se, um dia na Glória,
Um Anjo puder explicar,
E ao deus justificar;
Pela inexplicável tortura,
Pela falta de fartura,
Pela dor da Criança,
Pela falta de Esperança,
Nessa Vida, nessa dança...
Por tanta desconjuntura!
Aí falarei francamente,
Ao Anjo porta-voz,
Que no passado recente,
Vi e vivi dor atroz!
Que ele se explique...
Porquê dessa sanha, insana,
Desse gosto por tragédia; voraz!
Embora, nada justifique,
Fazer a gente chorar...
Com a Alma derramando,
Alguns risos, muitos prantos,
Vai-se vivendo...
Talvez, pouco aprendendo,
Ainda assim, ascendendo;
À inexorável Glória celestial...