ESTRELA CADENTE

Estrela cadente rasgando o céu!

Poema de delírio e paixão,

Voz de lunático menestrel!

Sons que emergem do coração.

Alma que na via láctea condensa!

Ser feito de sublime matéria,

Sentidos que à razão dispensa!

Amor a fluir nas artérias.

Ser andrógino na multidão,

Cavaleiro vagando no hoje em dia,

Olhar altivo na amplidão,

Olhar banhado de poesia.

Na contramão segue o poeta,

Cabeça flamejante de ideias,

Alguns o chamam de asceta,

Outros de ovelha entre alcateias.

E assim feito da pólvora o rastilho,

Flamejante entre os astros se esvai,

Poeta que se confunde com o brilho,

Quando na escuridão uma estrela cadente cai.