Acasos e sentidos

A cada batida

Um coração morre

Uma vida nasce

A cada noite (re) arranjo esperança

da mesma partitura

que um dia já foi escrita para ser a endura de alguém

Não quero a esperança prolongada como uma sobrevida

Dessa vida que um dia morre

Quero morrer em vida

Essa vida que não pode viver

Se o sentido pode fazer viver a palavra

Encerrado não na palavra

mas na consciência de quem a lê,

é no sentido que está a vida

Que a palavra não pode descrever

Faço dos sonhos meu travesseiro duro

Onde deito meus cansados mistérios

adormecidos em todo despertar

Lá se vão os dias contados em tempos

Tempos que não sobram nos dias que findam

Ocultando a noite, o engodo do ocaso do sol

Que morre aos olhos que se fecham

E persiste seu brilho aos olhos que despertam

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 19/09/2005
Reeditado em 26/07/2006
Código do texto: T51715