MENINO ESPAÇOSO
Ardia-lhe o dorso naqueles sóis, tão quente.
E caia-se aos tropeços de uma outrora lembrança.
Afiava palavras que lhe mordiam os dentes,
Enquanto gangorreava na corda qual uma criança.
Com um olhar disperso, se movia pelos ares,
Buscando alguma razão de não por ali jamais estar.
Cabisbaixo, achava que a Terra era de mares...
Trapo de gente, tal guri fizera do universo o seu lar.
De pensar, achava que a alma por si flutuava,
E se recolhia no colo de uma mãe tão maravilhosa
À quem dera rosas sem espinhos e se gabava
De que a lua era o olho d’onde Deus o leu a prosa.
E ficou no mundo em meio aos teus segredos...
Sem receio, descrevera um maravilhoso pôr de sol,
Como se o dia lhe ardesse aos olhos, sem medos...
Zombava da morte e se sentia feliz à luz do arrebol.
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 13 de março de 2015.
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