Dá-se uma manhã de brumas engrossas
Atravessadas pelo mirar dissimulado de um luzeiro;
Se a flor não se vestiu de tule,
Encobriu a impalpável nudez
Desviando de si olhares impuros,
E o curso dos ventos carregados de assombros.
Triste é estar ciente do sossego que não me dou,
Insustentável as fuligens de noites alheias
A violar a manhã que vem essencialmente de minha alma.
Se olhasse lucidamente,
Com a face desprovida de olhos estilhaçados,
Teria nas brumas a natureza suave da flor,
E a clareza das manhãs no sopro harmonioso do silêncio