LEITO UNIVERSAL
Abram tuas portas, ó céus,
para que eu possa algum dia,
então iluminada e fria,
galgar teus temíveis degraus...
Voar entre sóis e planetas,
acolhidos em berços celestes
e levar em meus pés inertes
a poeira das estrelas...
Entre um e outro vagar,
coração mudo em pulsares,
pousar derradeiro olhar
nos intrigantes quasares.
E em teu leito de silêncio,
infinito e profundo,
noutra dimensão do espaço,
repousar com galhardia...
(Nem antes e nem depois
do tempo em que deveria)
Andra Valladares
(*) poema publicado na 44ª Antologia dos Poetas Brasileiros Contemporâneos, organizada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores.
http://www.camarabrasileira.com/pc44.htm
http://www.camarabrasileira.com/apol44-062.htm