LEITO UNIVERSAL 

Abram tuas portas, ó céus, 
para que eu possa algum dia, 
então iluminada e fria, 
galgar teus temíveis degraus... 

Voar entre sóis e planetas, 
acolhidos em berços celestes 
e levar em meus pés inertes 
a poeira das estrelas... 

Entre um e outro vagar, 
coração mudo em pulsares, 
pousar derradeiro olhar 
nos intrigantes quasares. 

E em teu leito de silêncio, 
infinito e profundo, 
noutra dimensão do espaço, 
repousar com galhardia... 

(Nem antes e nem depois 
do tempo em que deveria) 

Andra Valladares 


(*) poema publicado na 44ª Antologia dos Poetas Brasileiros Contemporâneos, organizada pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores. 
http://www.camarabrasileira.com/pc44.htm 
http://www.camarabrasileira.com/apol44-062.htm 
AndraValladares
Enviado por AndraValladares em 15/02/2015
Código do texto: T5137905
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