Desejo

Desejo somente a paz que me cabe

neste pedaço de areia onde pairam meu corpo

e minha alma.

Movo-me dentro desse espaço,

envergando esse traje

de amanheceres e anoiteceres

ao redor de um tempo

onde o olhar se deslumbra

mas também estremece.

A paz do impossível

ou talvez toda a paz possível

quando por sobre toda paisagem

braços invisíveis cobrem os abismos

e nos impelem a prosseguir.

E há sempre que se abrir o portal

para a rosa e seu espinho

e às pedras

que quebramos dentro de nós

para construção de um templo mais puro.