CUMPLICIDADE
Certo dia incerto,
Caminhava, num caminho de flores:
O homem que se dava a terra,
Havia o ar, havia o perfume.
Que se davam ao dia,
Havia o ardor do amor,
Do um pelo outro
Amor de mulher!
Seiva de flores castas e águas puras.
Mulher nua das vaidades,
Vestida de comunhão,
Havia o farfalhar das asas dos pássaros
Havia a eternidade, sorrindo no horizonte.
Não havia tempos, todos estavam mortos.
Havia ternura sem palavras
Havia cantos sóbrios de sabiás,
E que saibam os cantores;
Sabiá não é pássaro!
É encanto de saudades cantatas!
Havia o silencio desenhando caminhos
Despetalando ipês roxos.