A VOZ DO IMAGINÁRIO

(Por Aglaure Martins)

Quero apenas o que ainda me resta

numa tarde onde o sol se escondeu

num campo onde pude viver em você

sem segredos, sem rasuras, só lisuras

no abraço concreto do imaginário

onde sabiás e colibris voejam nossos sonhos

nos jardins floridos dos nossos desejos.

Quero apenas mais um beijo

um beijo que trepasse a distância

que transite livre em nosso universo

acolhendo os nossos versos declamados

em tons e semitons, em ais solfejados

em harmonia com nossos verbos bem conjugados

ainda que seja por uma fração de segundo.

Quero apenas o nosso mundo

sem passado, sem futuro, só presente

sem um sentimento pseudo aparente

sem aparar as arestas do que ainda me resta

dessa minha abstrata insanidade

que passeia em labirintos e alamedas

dos bosques e esquinas mal desenhadas.

Quero apenas mais e mais escaladas

em montanhas cobertas de esperança

onde se possa mergulhar no infinito

viver devaneios , sem anseios, sem temores

sorrir para noite, brincar com as estrelas

sentir a brisa suave que nos embala

e por fim, aportar nesse cais de labaredas.

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JP14012015

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 14/01/2015
Código do texto: T5101027
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