Manhã
Às vezes sinto
a brisa fresca da madrugada
e o canto do galo
de João Cabral de Melo Neto
tecendo a manhã.
Mas o portão eletrônico
do meu vizinho
faz o sol clarear.
No meu café
o cheiro do biscoito
de polvilho doce
que minha mãe fazia,
já adormeceu!
Mas como feliz o pão...
O pão que o diabo não amassou.
Meu cachorro late na varanda.
Abro um livro
de Direito Constitucional.
E minha manhã segue em frente
até emendar no meio dia!