distancia...



o Anjo Osvaldo ouviu de Fernando Pessoa algo estranho,belo sobre a distancia entre o coração e a alma...
O velho serafim me segredou.a seu jeito,,assim...



Distancia

Que distancia,pois,da alma aparta?
Errante,perdido ,vertiginosa descida,
Na ânsia de tê-la,bebo fel que mata,
Posto que,sem ela,sou terra esquecida...

Quisera ,nas vagas deste rio que navego,
Conhecer,enfim,tudo que fui e,sou,ainda.
Pobre de mim,na face ,trago olhos cegos...
E,minh’alma,divina criança,tão propinqua!

Seria qual macias penas d’ave do paraíso?
Que ,por não saber,desaba caudaloso pranto,
Espinhoso caminho das escarpas do abismo?
Deveras,desisto de mim!Desfez todo encanto!

Diga neste momento,oh!infinito espaço?
Que distancia,pois,aparta de minh’ alma?
Seria do coração ,o caminho,o bem que faço?
Súbito,leve pluma,do céu,descia na calma...



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