Fiandeiras.
Oh! Filhas de Nix, concebidas sem pai.
Mortificação é ter nas mãos ressequidas
A contristada razão triste dos nossos ais
Nossas tramas com indiferença medidas
Em tosca caverna o fio de nossas vidas.
Origem é seu labor de eras passadas
A série é voraz, tétrica, amaldiçoadas,
Cloto, Láquesi, Átropos atinentes em trio
Fiando, medindo, a cortarem esotéricas...
Nem Zeus intervém a sina do remate frio.
Na sua autoridade hodierna, soberana...
Dita! Que as tecelãs não influenciem o tear.
Quando no topo, não esqueçam a roda,
Girando, girando e ao alvitre dessas mãos.
A fiandeira, a medidora a cortadeira... Ansiando!
A volta que da o mundo, o giro que a lida dá,
Da subida ao topo única verdade a descida,
Em vertiginoso mergulho extenso e mais fundo
O meio justificando as extremidades do mundo
As Moiras têm o quinhão cingido a cada um.
História, felicidade e desgraça pelos anais,
Elas, inflexíveis, eternas, serenas, imparciais,
Vergam as mortalhas cozendo-nos as penas
Retesam linhas, goram vidas, contêm o giro,
Nós! Jazemos, sonhadores, infelizes, mortais...
Ninguém ousou erigir-lhes totens, pavilhões...
Mas tempo algum soube-se que ousaram
Abreviar o sorriso dos que em vida, amaram...
E tudo se deu e dá-se no instante preciso,
A vida as vezes é fardo! Elas, o alívio da dor.