Alquimia

Caminhei por estreitos rios entre grutas escuras no seio da noite em busca de ouro.

Herdei a febre de minha mãe que ainda menina seguia seu pai por pequenos garimpos nas serras de Minas Gerais.

Descobri que estamos sempre sós nestes caminhos escuros,

porque cada um tem que garimpar o seu próprio ouro.

O garimpar é sempre sozinho.

Pelos caminhos da noite, nos campos dos sonhos, também peneiramos a areia que recolhemos do fundo dos rios.

Mesmo em meio daqueles que amamos estamos sozinhos nesta busca frenética.

Sofremos, até o dia em que a febre baixe e deixaremos de procurar.

Então aprendemos a ver o brilho invisível de todas as coisas.

Aprenderemos que é dentro de nós que o ouro se esconde.

Dizem os mestres, que quando descobrirmos esta luz interior,

tudo que tocarmos virará ouro.