Nômade
Está na hora de dar o próximo passo
Pareço estar preso num grande laço
Necessito vitalmente de espaço.
Sinto-me sufocado neste lugar
Tenho dificuldade de respirar
Não suporto mais ficar.
Nômade, não crio raízes
Parto sem deixar cicatrizes
Não temo quaisquer deslizes.
Cigano, preciso de movimento
Um novo lugar a cada momento
Volúvel nos pés e em pensamento.
Saio de cena como uma miragem
Repentinamente não estou mais na paisagem
Vivo na estrada em permanente viagem.
Sempre em busca do novo e desconhecido
De algo que talvez nem tenha perdido
Do que não saiba ou tenha esquecido.
Eu sou chuva de verão
Um dia atípico de uma estação
Uma descartável ilusão.
Não tente me entender
Será fácil me esquecer
Lembre-se, eu não sei permanecer.