Imagem Corel de Valdemiro Mendonça 
Poema Filosófico
 
Valdemiro Mendonça

Em devaneio premonitório
Sofrendo nas curvas da vida,
Um martírio cruel e ilusório
Gera uma tormenta punitiva,
Na mente parva do simplório
Que se vê como alma perdida.

Busca nas verdades forjadas
Como o cego com a lanterna,
Tateando nas encruzilhadas
Na busca de alguma quimera,
Cria vida após a vida lhe dada
Pensando em fazê-la eterna.

Não se julga ser um enésimo
A micra fração destes versos,
Menos que um pentelhesimo
Apenas uns átomos dispersos,
Invisível micróbio milionésimo
Um nada nos tantos universos.

Não vive o presente recebido
Nem imagina qual é seu valor,
Faz da vida só tempo perdido
Nem estudou o inseto e a flor,
Viveu, mas sem ter percebido
Que a vida é um ato de amor.

Graças a quem a vida me deu
E me deu luz para entendê-la.
Não prometa o que não é seu
Outra vida? Não devo querê-la.
O micro de energia que sou eu,
Deve só se juntar a uma estrela.

Crês que o pó deve voltar ao pó,
Mas tem uma alma como magia?
Acho que queres é me dar um nó
Vendendo-me as vidas a revelia,
O corpo é pó e deve voltar ao pó?
Que a energia se junte à energia.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 21/10/2014
Reeditado em 21/10/2014
Código do texto: T5006498
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.