(Foto tirada do Google)

Eu e o vento
 
Soprava o vento, que sussurrava aos meus ouvidos.
Não carece te assustar, com a minha forte ventania!
Logo, logo, de volta para o silêncio, eu estou indo,
e te deixarei a minha brisa, que te trará a calmaria!
 
Bem desconfiada, me abriguei sem lhe dar ouvidos,
portanto, ele assoviava no telhado, que me acolhia.
Pelo susto, seus assovios soavam mais como gritos,
que me apavoravam, deixando-me mais em agonia.
 
Meu pavor era tanto, que até me encolhi a um canto,
abraçando minhas pernas, muito temerosa a soluçar.
Transportei-me para uma cena de filme de espanto,
onde eu era a vítima, e o vento o vilão a me torturar.
 
Esta ventania parecia sacudir as paredes do casarão,
assustada, corri e me escondi debaixo do cobertor.
O vento gritava lá fora. Não precisa ter medo não!
Só estou a assoviar uma música, num tom de tenor.  
 
Desesperada, roguei ao bom Deus. Ajude-me senhor!
Por favor, peça ao vento para ir ventar em outro lugar!
O senhor, sei que ele ouvirá, cessando este meu pavor,
que me dá calafrios, e que também me faz tremelicar.
 
E como por um milagre, de repente, o vento silenciou,
voltando a paz e calmaria para meu espírito torturado.
Ao bom Deus agradeci, pelo meu tormento que cessou,
e pela sua companhia, naquele momento tão precisado.
 
Adormeci logo, sentindo sua presença e o seu carinho,
meu anjo protetor para todas horas, de agonia e aflição.
Acordando noutro dia, com o cantar de um passarinho,

convidando-me a apreciar a aurora, em sua imensidão.

Fernanda Goucher
Enviado por Fernanda Goucher em 13/10/2014
Reeditado em 14/03/2024
Código do texto: T4997600
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