GUARDIÃ
Guardarei o teu silêncio manso e calmo
como donzela que resguarda a castidade
e, nos porões do meu peito, com cuidado
acomodarei cada palavra que fora adiada...
(...ao lado das minhas)
Ah, se pelo menos uma delas escapasse
como quem sai à noite em desaviso
estremeceria a lua e, trincando estrelas,
certamente o vento espalharia segredos
Sendo assim, eis-me, zelosa e casta
guardiã desse silêncio diplomático
e, embora monte guarda noite e dia,
há tempos dispensei minha armadura...
(...bem mais leve é o tecido da ternura)
GUARDIÃ – Lena Ferreira –