Osmoticamente subversiva
Escrevo nada e falo tão pouco
Assito tudo ao meu redor
Sabendo-se que nada é o nada
E que o encanto às vezes tem dó
Falei de espantos? Nem de assombros.
Encarnei as miríades mas nunca as contei
Fechei os meus olhos e as senti
E consenti até que algumas palavras falassem por mim.
Escrevo tão pouco e nada falo
Talvez acenda um cigarro, mas nunca fumei
Talvez deite-me nesse assoalho...
As coisas têm o seu lugar
Outras são eternas nas prateleiras...
E tudo continua.
Escrevo pouco. E falo pouco
E assisto tudo no mesmo lugar.