Quando

                 (à minha mãe Hilda, in memoriam)


Quando, nesta hora do dia,
pouso a caneta, esqueço o verso,
minha alma é calmaria,
paz profunda de um berço.

Quando o pássaro canta
no beiral da minha messe,
minha vida que acalentas
cerra os olhos... adormece.

Quando o gongo soa
e o meu corpo já não sinto,
minha alma sai e voa
te buscando no infinito.



(*) do meu livro "Asas ao Anoitecer", p. 25