Meditação

Pai nosso,

Pai de nossas inquietudes e descaminhos,

muitas vezes, não sabemos

onde pousar a cabeça,

nos perdermos

em nosso próprio ninho...

Pai de nossas lâmpadas apagadas

em noites de tempestades,

quando nossos olhos

não enxergam nem Teus clarões,

esses avisos de que nunca é tarde...

Pai nosso,

Pai de nossas ébrias ilusões

dispersas pelos cantos do coração

como rosas morrendo nos jardins

sem jamais sublimarem mãos...

Pai dos céus azuis

e das searas de amor,

das músicas eternas,

dos ocasos pungentes...

Pai das flores, das raízes,

e das sementes,

que seja reflexo do Teu,

este meu rosto,

enquanto eu for gente.

E faz-me sempre Te reconhecer

neste lugar que é todo Teu

por sagrado direito:

- aqui, dentro do peito.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 22/05/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T496472
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