O DISTÚRBIO
 
Estradas curvas
E as linhas retas
Das avenidas
E as aves livres
Da rua
E as presas fáceis
que seguem o púlpito
já cativo

Veias simples
Do sossego de tudo
Nada em vista
apenas os vultos
Perceptos
Ainda desconhecidos
Que vagam
Em outras vidas
De certo vivem
A outra esfera
Mágica
Outra história trágica
Que convoca Deuses
Embriagados
De aventuras
Templos erguidos
Pra um fantasma
do passado que cansou
escritos de linhas
curvas
ruas pra seguir sem luz
luz acompanha ânimos
canônicos
são 
nomes adotados
o abstrato
inaugura o cedo
da tarde pretendida
logo a noite
se volta ao esquecido
depois da alegria
dos convites
ao canto das vozes
que ofegantes
invadem o ambiente
sempre calado
coberto de poeira
vestido de tempo
o sono nos torna
verdadeiros
no sonho
somos inteiros
na completude
do jogo de peças
soltas
ao acordar
o que revolta
é não lembrar
que todas as coisas
da superfície
foram vivídas
antes da vida
quando a vida
ainda era “placenta”!