.:|Oriento-me|:.

Mesmo sem chão, eu te garanto

Eu tenho pés.

Tenho lá os meus 'talvezes'

Tenho medos e 'atés'.

E também os meus 'tambéns'

Meus 'isso nunca'

e 'quase sempre's no revés.

E os meus pés, mesmo sem chão

Seguem andando.

Pois ainda que me tirem o caminho

Podem não, de jeito algum

Arrancar de mim o prumo.

Meu Esquadro com que traço

Meus ângulos, passos e o rumo

Meu espírito em Compasso firme e Justo

Em perfeita harmonia vai em mim.

E os Mosaicos dialéticos da vida

Os contorno.

Passo a passo, como em marcha

Deixo o eixo, e então, retorno.

Se há dúvida, em frente.

Quando não há mais caminhos

Cerro os olhos, rosto altivo

Banhado ao Sol do Oriente.

.:|Ricardo|Vieira|:.