As janelas dos anjos

Eu vi,

pelas janelas

que os anjos falam

de companhia eterna,

de flores que nunca morrerão.

Do que parece tão perfeito,

jardim sem defeito.

Perfeito no tempo,

perfeito no coração.

Senti meu jardim revolvido.

meu jardim tão sagrado.

Nascem sulcos no meu rosto,

sulcos onde esses montes se erguem,

imensos, alados...

Não posso mais ver que

esses anjos

com suas peles de rosas brancas,

com seus olhos de estrelas vivas

(amor em esperança)

têm tanto tempo e amor

pela frente e mais vida

dentro da vida

que a minha própria vida.

Vou caminhar

entre os lírios dos campos,

entre os cedros cinzelados da

minha messe.

Vou chorar

sobre meu próprio corpo

essa aurora que me anoitece...

Vou velar

sobre os véus dos meus espelhos

por tanto amor engalanados,

sobre meu rosto que adormece,

no colo dos meus anjos “tortos”

para que esse amor em meu coração

continue a ser

essa eterna prece

a um sol que não alcanço.

(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 20/05/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T494518
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