MÃE

Onde foi parar
aquele riso que alegrava a casa,
mesmo ao inverno
engessado;

e aqueles braços
que alisavam meus cabelos
quando me estava
cansado;

e aqueles dedos
com que continham, às vezes,
os rios que me corriam
salgados;

e aqueles olhos,
e aquela brandura que me faziam
crer que houvesse um amor
incondicionado?

Um dia, ainda
hei de galopar o dorso da morte
e destravar esse tênebro
cadeado;

e, então, estar-me-ei
junto a ti novamente, mãe,
em sublime sono
eternizado.


Péricles Alves de Oliveira
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 24/08/2014
Reeditado em 24/08/2014
Código do texto: T4935460
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