Jardins de Afrodite.



Estrela d’alva que norteia a nau
Nos turbilhões e vagas te sigo
Teu brilho mais que lua
Pastoreia na tormenta e vento mau

O farol na noite mais escura
São teus olhos de ternura
Fé e esperança no ceticismo
Sonhos, paz, fulgor, lirismo

Quem adormece não conhece pranto
Mas, na noite teu canto de sereia
Mergulhado na doçura do amor
Não conduz as rochas mas ao porto seguro

A borrasca desmancha nos teus jardins
O mar serena nos abraços seus
Quem me leva para longe de mim
Na carruagem, dourada de Morfeu.

Nessa estrada onírica almas se unem
Paraísos das brumas lúdicas do Eu
Abrigam, acalentando a saudade
Nas alamedas de cerejeiras floradas

Todo o mal despojado naquele mar
Naufragaram àquelas profundezas
Num doce e terno abraço da amada
Em doces e inocentes beijos de princesa

Os olhos de Netuno marejados em areias
Refaz os ares, determina aos elementos
Que não mais emudeçam a beleza
Do cântico e a voz da Sereia.

As estrelas marinhas se acendem
As ninfas dos oceanos se adornam
Das lágrimas sentidas colhem diamantes
E as jóias de seus olhos mais cintilam

Nesta hora dourada e de Eros
Dos fluídos preenchidos extravagantes
O meu elemento é tua essência amante
E ali dia após dia tem renascido!

A intensidade de nós dois é o sextante
Nas mãos do Deus do amor esculpido
Nos jardins suspensos de Afrodite
Onde em cada pétala de flor o amor é lido

São sentimentos jamais sentidos
Que aqui não se perdem nem se desfazem
Aqui Marte extenuado da guerra
Mãos dadas a Vênus segue por esses portais

O caminho, nosso caminho, passo a passo
O coração segue o mesmo compasso
O templo de Ísis será nossa casa
E em louvor ao Amor em Philaea teremos nossa dança

E em nossas mãos as chaves dos segredos
Abriremos todas as portas e janelas da esperança
No esplendor da luz Virgílio prosaria “ ...et nós cedamus amori”
Quando a língua revive a canção...

Qualquer de nós seguiria Hécate enfim purificados
Na expiação do amor enfrentamos procelas lado a lado
Porque esse amor, é mais que coração e mente, é de almas!
Ergui o véu quando lhe vi em nossa primeira vez...










Nota: Alusão "Tijolos Amarelos" de autoria de Caris Garcia.
Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 20/08/2014
Reeditado em 05/09/2014
Código do texto: T4929498
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