O Troar Do Último Fôlego

O desmoronar da insípida vida já chegou,

No meio intersticial insalubre onde vingou,

Troaram os canhões da verdade bem alto,

Ecoaram derradeiros ao desmontar o palco.

Ópio em que se tornou o simples respirar,

Na taciturna noite em que me deixei resvalar,

Embutido no tédio da oca imensidão vazia,

De que eu julguei ter emergido um certo dia.

O unanimismo das incongruências ilógicas,

Presenteiam-me a pobre mente desfalcada,

Num último adeus prostrado sem mágicas,

Onde padeço a mítica alma consumada.

Os sentidos desvanecem feridos de morte,

A memória escapa-se evaporada num suspiro,

Tudo deixou de fazer sentido e sem norte,

O alívio que emano nas trevas que inspiro.

Lisboa, 12-10-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 18/08/2014
Código do texto: T4927621
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