OS CAMPOS
Os campos soltam trigo e feijão
Soltam vidas e exortações
Deixam passar todo o néctar da vida
Das escarpas escorrem torrentes, neve
Brota plantas, germina flor
Deixou viver uma abelha
Deixou nascer uma fruta
O bebedouro não é largo
Senão a água deixa de ser potável
O céu não é carregado de chuva
Assim teria compartimentos para um navio
E tu tens todo o néctar das flores
Senão não me despertaria tanto desejo.
A locomotiva arrasta meus olhos para distante
Na paisagem
Ontem eu gostava de cantar ao sol nascer
Hoje soluço ao anoitecer.
A vontade de viver é estranha
O desejo pela mulher é enigmático
Qual o sabor dela?