OS SONHOS DE MARIA

Era quase meio-dia quando avistei Maria

Fraquejando um pouco, sob o ardente sol

À beira do rio, eram tantas louças

Cantarolando triste, ela as lavava só

Com bucha do mato colhida fresquinha

E algumas folhas de cajueiro brabo

Deixava as panelas como espelhos

E no cachimbo, puxava uns tragos

Às vezes, conversava só... Gargalhava

E a si mesma, convictamente repreendia!

De longe, eu, ria entretido e sorrateiro

Figura interessante, essa Maria!

Por acaso, soube, por pensamentos altos

Que as roupas e louças não eram suas

Que Maria, sonhava ver o açude salgado

E por demais, desejava subir à lua

Um dia, realizaram seus anseios

E emocionada, Maria pôs-se a chorar

De repente, por desejo de ir à lua

Maria, jogou seu corpo ao mar.

POETA URBANO
Enviado por POETA URBANO em 18/08/2014
Código do texto: T4926936
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