Oferendas
A tarde, a chuva alaga as ruas;
sangram açudes e poços, visita
os mares, a fúria do vento.
(Calço sapatos sem laços).
Mãos delicadas amassam anéis,
descalçam as luvas do tempo,
apagam os círios dos templos.
Rolam as pedras, ouço trovões;
bordo flores na brancura das rendas
e faço oferendas a deusa do sol.