Oferendas

A tarde, a chuva alaga as ruas;

sangram açudes e poços, visita

os mares, a fúria do vento.

(Calço sapatos sem laços).

Mãos delicadas amassam anéis,

descalçam as luvas do tempo,

apagam os círios dos templos.

Rolam as pedras, ouço trovões;

bordo flores na brancura das rendas

e faço oferendas a deusa do sol.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 01/08/2014
Reeditado em 02/08/2014
Código do texto: T4906129
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.