Fronteiras

A ténue fronteira entre a vida e a morte,

A linha imaginária entre a luz e a sombra,

A bela e o monstro que vingam em nós,

A dicotomia dos ensejos bipolares sentidos,

A força incerta descabida de razão dúbia,

E a fraqueza da probabilidade incauta.

A ténue fronteira que nos separa a todos,

Uns dos outros indistintamente insanos,

As cores do arco-íris desligadas na palidez,

Dos corações quebrados em pétalas de rosa,

Que voam ressequidas pelo vento separadas,

Perdidas na fronteira vasta da voraz inquietude.

A amarga fronteira do não saber amar nunca,

Melancolicamente velado em leito de girassóis,

Frisando concomitantemente exacerbada dor,

Deliberada assaz e vilipendiada que me consome,

Perniciosa a fronteira que me esconde dissabores,

A frecha por onde entrei estando já de saída.

Lx, 15-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 28/07/2014
Código do texto: T4900531
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