BAILARINA

Dançava sozinha,
Ia e vinha,
Vinha e ia,
No compasso da canção,
Canção que só existia,
No seu interior,
Transcendia, dava linha,
À sua porção de utopia,
Se vestia de esplendor,
Fluía, tinha,
Uma alma multicor,
Se sentia,
Leve como um fragmento,
Em cada movimento,
Preenchia a solidão.
Dançava sozinha,
Se doava, tornava,
Pleno o sentimento,
Em cada passo,
Que dava,
Atraia o meu tímido olhar,
Eu queria,
Ah! como eu queria ,
Me aproximar,
Tomá-la em meus braços,
Penetrar na sua harmonia,
E girar e girar e girar...
Mas, eu não sabia,
Eu não sei dançar.