Ser sem estar

O fruto não está maduro.

Ainda nem lavei os pés.

Faz tempo que olho para fora,

os mananciais desertos de amor.

Suspendo meu nome, profissão.

Sou nada que que seja visível

a longas e curtas distâncias

a não ser pelos animais, aves, folhas e flores.

Somente o pó de Deus me alcança,

quando me aninho nos ramos da esperança.

Mas no centro de alguma coisa,

por desejo ou só saudade,

revalido meu passaporte

a cada novo dia,

para o país da felicidade.