Apenas

Sabe um certo tipo de depreciação de algo que não se sabe exatamente o que é, um invólucro que recobre a alma, isolando de quaisquer movimentos imprecisos de quem jamais fui um dia, coisa desconexa alguma, uma melodia tão serena que chega a criar calos de sangue no entorno do psique, há quem diga que é abstração total, que fomenta, alimenta ao se degustar de si próprio, como ser parasitário, hospedeiro de seu próprio vírus, quiçá não deixa de ser apenas complexo em si, ou até simplesmente coisa nula. Uma poesia delicada, que bate na sua alma, pra sair, deixando pra trás uma porta entreaberta, que borbulha, mas não se percebe. Percebes! São acordes de bossa, que deixam esvaziar a alma, inanimando um exterior; pintadas de frevo, ou não, que andam pregadas no dedo menor da calmaria, até bocejam, sem frenesi, apenas inexistem, cabíveis em um mundo hirto. A porta fechou cíclica, depreciou-se, ouviu-se apenas...