VOLATILIZAÇÃO HUMANA
Se a gente pudesse dormir
E acordar noutro mundo
Sabendo que lá nada existe
E tudo na imensidão deste ir-se
É um imenso silencio profundo...
Se a gente pudesse esquecer
A dor parturiente de lembrar
Daquilo que não pudemos mais ter...
Não sabemos ao certo
Se o longe de certa forma está perto
Se existimos pra sonhar
Ou se sonhamos pra existir
Um conjunto de teias
Abertas estrelas feridas
Um ajuste fino das coisas criam o acaso
Deus é infinitamente grande nos detalhes
Tal qual o amor que é quem sustenta invisivelmente a vida
É esta força sem fim que alhures nos faz respirar
As coisas se diferentes fossem
Não estaríamos vivos da mesma forma que existimos
E se existimos é porque nos ajustamos à vida...
Tudo passa diante de tanta inquietação
Na nebulosa da águia
Sustentam-se os pilares da criação
Estamos nos arrastando pelo chão
Rumo ao casulo da libertação
Corpo separado da alma ainda não há a borboleta dourada
Para a divinização resta ainda uma enorme divisão
Estamos à procura desta aresta estável da unificação
Só o corpo não é solúvel nesta desertificação
Se não existisse o erro
Jamais poderíamos saber o que é o perdão
A todo ser ao nascer é doado um coração
Portanto ame inconsequentemente
Porque amar assim como nascer é uma eterna benção...