O FAZER POÉTICO

Nem sempre escrevo

acerca do que penso,

pois para escrever

não preciso pensar

tanto; a poesia brota

em mim de um modo

tão intenso, que deixo

ela fluir do seu casulo

cheia de encanto.

O fazer poético não

me causa nenhum

quebranto, posto que,

provém do meu íntimo

prazer imenso; flui

espontâneo o verso,

como seiva, em tão

melódico canto

de pássaro no galho,

quando a tarde cai

sem o nevoeiro denso.

É por isso que, sem

pensar tanto, deixo

que a inspiração

guie o texto poético

mover-se livre como

as águas cristalinas;

escoando por entre

as pedras, os peixes,

as algas, numa aquosa

emoção da alma

poética sendo irrigada

pelas emanações

artísticas divinas.

E quando o poema,

enfim, sente-se

concluso, o poeta

desperta do transe,

do êxtase pensante;

pois o influxo do fazer

poético o transporta

sempre à realidade

literária transcendente.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 12/07/2014
Reeditado em 14/12/2014
Código do texto: T4879041
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