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SAGARMATHA


meu Deus perdoe, o seu,
que nada em frases ácidas e
e naquelas aveludadas
quase súplicas,
torrões de açúcar de louvor
à se livrar da enxurrada...
no fio da cruz e a espada

meu Deus perdoe, o seu,
que não esconde a covardia
repleta de ira e medo
(zarolho sorridente) vivo
naquele saco... de deus não nos
abençoe:
ora americano,
ora ocidental, ora preto-
branco, ora muçulmano,
ora judeu... estupidamente
dedo no argueiro, imoral
(puro eu).

meu Deus perdoe, o seu,
mestre das desconfianças
engolidor de lágrimas
ternamente assassinado,
infeliz morador no teto
das Capelas... preso entre
quatro paredes... a luz de velas,
blasfemando contra
pobres baratas na cela.

meu Deus perdoe, o seu...
amigo dum estado falso
de nirvana (nas janelas
anestesiadas), tão olho de vidro,
tão minúsculo,
tão semi-deus, tão desumano,
tão coco de vaca...
grão de areia dos mais obscuros,
áspero, num conjunto de dunas
na boca do vento...

Deus me livre desse seu
frio interior, irmão dos cristais
depositados no pico
mais alto... no rosto do céu
– Sagarmatha.

rosangela aliberti
Atibaia, jul/2014


 
Rosangela Aliberti
Enviado por Rosangela Aliberti em 11/07/2014
Reeditado em 11/07/2014
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