incompreensão

Não compreendo o inclassificável e suas estruturas suspensas.

As águas que retrocedem às origens da criação

Ou mesmo o céu de elementos ainda nascentes.

Não entendo as bordas constelares

E os espaços de mútua solidão entre os homens.

As visagens natimortas, o esteio sincero da comunhão

São, para mim, a dimensão imperfeita de um esconderijo

Em alta montanha em dia de saudade.

Guardados, porém, os estábulos da memória

Ficaram os sonhos que flutuam sobre a diáspora da morte

As lagoas ilhadas na conversão de uma renúncia

O voluptuoso entardecer por entre ramas ébrias.

Formas primitivas sem luz dentro.

Claridades insuspeitas, movimentos taciturnos

E a resistência gasta de uma vida.

Fernando Marini
Enviado por Fernando Marini em 09/07/2014
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