incompreensão
Não compreendo o inclassificável e suas estruturas suspensas.
As águas que retrocedem às origens da criação
Ou mesmo o céu de elementos ainda nascentes.
Não entendo as bordas constelares
E os espaços de mútua solidão entre os homens.
As visagens natimortas, o esteio sincero da comunhão
São, para mim, a dimensão imperfeita de um esconderijo
Em alta montanha em dia de saudade.
Guardados, porém, os estábulos da memória
Ficaram os sonhos que flutuam sobre a diáspora da morte
As lagoas ilhadas na conversão de uma renúncia
O voluptuoso entardecer por entre ramas ébrias.
Formas primitivas sem luz dentro.
Claridades insuspeitas, movimentos taciturnos
E a resistência gasta de uma vida.