A VIAGEM DOS SONHOS
A VIAGEM DOS SONHOS
Nas madrugadas, quando a insônia chega
E, sem cerimônia, vem deitar-se comigo,
Minha cama fica pequena para nós dois,
Então, fujo para minha varanda!
Lá, na aragem fria da madrugada,
Num silêncio de ouvir orvalho caindo das plantas,
Os grilos vêm me fazer serenata
Com instrumento de uma só nota
E a lua, rainha da noite, vestida de prata,
Oferta-se me em poesia:
Penso logo nos amores vividos
E o desejo de um novo amor
Acende fogueira em meu peito;
Porém a lua pede gentilmente
Que nesta madrugada eu faça um poema alegre!
Fico mudo, por instantes,
Olho para o céu, as estrelas brilhantes
Parecem sorrir como velhas amigas
E, na Terra, serenata de grilos e orvalho caindo das plantas:
Um turbilhão de pensamento
Levavam-me a passear Universo a dentro,
Quando retorno, o Sol já atira suas flechas de ouro
Sobre a Terra sonolenta!