Mistério nº 2
Longe, no outeiro, estavas.
Próximo à linha do poço
escondia-se.
Nos frisos do desejo,
ancorado à ciência,
a criatura de vivas faces
alimentava-o
em dinastia de crepúsculo.
Todavia, a morte extinguia-o
de suas feições humanas.
Impreciso de luas, tateavas
A carícia em lentidão.
Longe, na montanha,
dormia de ingratas avencas.
Eras o mistério e a morte.
E como te encontravas no gesto
da renúncia, no desvio humano
das ladraduras! Em silêncio último
guardavas o tempo como um cristal,
súbita simetria alimentada.
Nos perfis ausentes te domavas.
Eras a vitória a ser consumida
Em águas límpidas do acaso,
entre a vaga da angústia
e a serenidade com que punhas
o trigo na alforria do sol,
luz sinistra ou sépio caracol.
Nascias nas órbitas secretas do mundo.
Eras o mistério e a morte.