O poema me fugiu

o poema me fugiu

saiu batendo os cascos

empoeirou-se na estrada

E na noite enluarada

adormeceu no seu cansaço

Espreguiçou-se na aurora

não teve tempo de lavar o rosto

desatinou-se como um potro

até a vinda da tão sonhada rima

- e ela veio cheia de charme

a poesia alada e arredia

fugindo do assédio

das batidas de algum cardio

E nos cascos o poema acelerou

mais do que a lida desse grande amor

- achar que o poema era a saída

e que talvez tivesse a rima

Acomodou-se feito um anjo

potro, poema, poesia e descanso

tudo aos prantos

na acometida dor.

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 22/06/2014
Código do texto: T4854193
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