Bem perto

Agora o oposto do que disse

Rebate ao peito em carga d’água

Mergulho a longo alcance

Em jamais vu sem reles mágoa

E danço, e canto, e vôo sem

Firmamento à consciência

E perco o tino, a essência

Me recobro e, ao Além...

Divã, chaminés e idéias

Foucault, Freud, Lacan e Enéas

Do introspecto ao pós-moderno

Divagamos traçados do eletro,

Electra e seu amor paterno...

De repente, some o sumo e a fala

Meu forrobodó, dança e cala

Feito “xero no cangote”, exala

O que foi, não foi... alude a Bandeira

Tamanha meia vontade inteira

Olvidada no palco e na sala

E torno a refazer os passos

Do inacabado ranzinza

E melhor almejo, dispersos,

Chuva, luz, fogo e cinza

Em conjunto e, desperto

Da miragem do deserto

Com a cabeça meio zonza

Para perto, meu bem, bem perto...

(Niedson Medeiros, 21/06/2014)

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 21/06/2014
Código do texto: T4853092
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.