Nula
Escorre o movimento sobre a Sombra oculta.
A tarde fascinava o versejar raquítico
No chão. Dedos homéricos e a Dor que ausculta
Emergem, simples, junto ao firmamento mítico
Do cume. Prendem mãos e bocas no declive,
Espaçados na muda mucosa da tarde.
Findo o pulso, tendão senil, branco, que arde,
A esmorecida face. No sonho que vive,
No orbe, a mesma
Sina nefasta pendula.
O carcinoma gráfico, alto, logo insurge
Num elo anil curvado pelo tempo e ulula
A antiga solidão. Qual homem seco turge?
Escondem-se dormentes cais,
o crânio espera
A Disperção aberta, fônica, abissal.
Vãs vozes vespertinas vacilam quimeras
E tu, límpida, evola deste peito o mal.