Imenso: o Sol do Nada
Os oiros vertem no sopro oleoso
da aurora, o som deficiente e grave
a romper cócleas de um ermo gozo,
outras luzes menores pelo entrave
os oiros vertem no sopro oleoso.
Na face o fremir de um som sidéreo
ao evaporar do negrume o orvalho:
nasce da fluidez do espasmo aéreo
as iluminuras secas de um galho
e o peso sublime do fruto férreo.
O Sol a sussurrar na relva espelhos
de poeira, as gramíneas soturnas
haverão de ser pisadas nos velhos
e musicais vultos pelas noturnas
carcaças no celeste antes do hélio.
Escudos gastos da superstição
úmida, rápida, do
tempo-vício
não tardam a romper à sua mão
Oh! Suspiram os pedaços do ofício
na hediondez
d'uma imensidão.