A PAZ

A paz pediu licença para entrar.

Sua aparência era humilde, quase em andrajos.

Quis ficar.

Desceu de uma nuvem,

perdeu suas cores na chuva dos olhos,

sua roupas rasgou nos espinhos do vôo,

mas chegou.

Quis ficar no coração do sol que traz a vida,

no verde dos campos que falam de Deus,

quis tornar-se presente, ser bem vinda

para nunca mais ter que dizer adeus.

Mas os homem oram só por si próprios.

Os seres humanos não respeitam andrajos.

Preferem os holofotes e os modismos,

andam pra trás, cospem no rosto da paz,

são cruéis com seus semelhantes,

são cruéis com os animais,

e preferem, no desamor, pagar seu ágio.

A paz não sofre - ela é o ser e o estar.

É o amanhecer para quem acorda,

é o entardecer para quem chegou até lá.

A paz não se dá por vencida.

Vai embora mas sempre volta,

quando se abre aquela única porta

que dá para o caminho da própria vida.

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 01/06/2014
Código do texto: T4828805
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