Eu sou a noite
Naquela noite jazia
Fria
Nua e branca
A lua caída
Nos antes verdejantes - campos.
"Óh céus, despencas sobre mim agora?
Nessa fria noite caças minha
Vida que outrora
Tão fielmente ao Senhor pertenceu?"
Corria pelos campos negros
Com estrelas despencando
Despregando
Escorrendo céu abaixo.
E a terra, invejosa
Começara a se partir
Abriria feito boca
Iria na certa o engolir
E nem salto nenhum
Salvaria deste pobre diabo - o corpo.
Nenhuma oração
Levaria tua alma ao topo.
"Óh céus, nada fiz para merecer tal castigo
Estás sendo... Injusto comigo
Ainda não posso morrer...
É muito cedo, sou muito novo para perecer"
Rasgou-se a noite então
E o verde retornava
Surgia proeminente no céu, o brilho do fim da madrugada
Ascendia vibrante o renascer.
O homem caindo no vazio
Da boca da terra, sendo engolido pelo mundo
O brilho cegou seus olhos, o calor secou seus lábios
Seguia agora no rumo da noite interminável.
"Óh céus, posso eu tolo ser?
Se cumprir meu tempo posso, como o sol
Um dia reviver? Nascer de novo, depois de encarar
O período da escuridão... Voltar das trevas e encerrar a solidão?"