HÁ DE LEMBRAR DE MIM.
Quando o outono da vida advir
E sentires o coração frio e a alma vazia...
Há de lembrar de mim.
Quando tua mão ressequida,
Não conseguir rabiscar um verso
Ainda que de dor,há lembrar de mim.
Quando a noite fria,
Enregelar-te os ossos...
Há de lembrar de mim.
Quando a mente confusa,
Rever tua história...
Há de lembrar de mim.
Quando teu olhar embaçado,
Perceber uma sombra indefinida...
Há de lembrar de mim.
Quando o corpo frio e amorfo,
Acusar o grande amor que renunciastes...
Há de lembrar de mim.
Quando sentires a morte traiçoeira,
A oscular tua face murcha...
Há de lembar de mim.
Quando no suspiro derradeiro,
Uma lágrima pender na face...
Há de lembrar de mim.