Desencontros

À cabeceira do canto

Do céu da minha cabeça

Rezo, e canto, e... pranto

De águas de véu de prata

Antes que enlouqueça

Cada fio em cada lata

Comunicada, recreativa

Idéia me vem, de criança

E a oração acende viva

Feito fogo de andança...

E a chama, a parafina

Se esvaem com devaneios

Doces da memória... sina,

Que reservaste ao boêmio?

Em tombos, soluços, rodopios,

Cá renasce sombra de ébrio

A fluir, sinapticamente,

Azul... doente? Afluente

Café com leite, açúcar e Sol,

Uma “parati”, isca e anzol

Numa margem, enantiomorfa,

A frontal imagem da outra

Gêmeas, como dois pulsares,

Olhares de um raio que ceifa

A paixão de um penetra,

Pois se a uma tela dois lugares

Se dirigem, desconexos

Logo, saltam, convexos,

Feito fogo que apaga aos ares...

Niedson Medeiros, 16 de maio de 2014

Dr Niedson Medeiros
Enviado por Dr Niedson Medeiros em 16/05/2014
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